terça-feira, 22 de abril de 2008

ola

Ola.
Eu sou o Pedro.Vivo numa mundo de fantasia,acordei um dia e todos quantos conhecia desapareceram.
Melhor,deixem-me esclarecer o que estou a dizer.
Os seus corpos ainda percorrem a terra,mas os olhos,os olhos,não brilham da mesma forma.
As suas vozes não tem energia, os seus pés arrastam-se.
Parece que como com os mortos vivos.

Ainda me lembro de antes me ir deitar ontem,e sentir o doce toque dos lábios da minha mãe na minha face.
e de lhe dizer ate amanha.

Parece que o amanha não chegou e todos estão presos num limbo entre o passado e futuro.Um tempo em que o presente não existe.

Abro a porta do frigorífico e abro os pulmões para a mescla de cheiros importados.Retiro o leite, fecho a porta
e encontro ao meu lado não a ma disposição matinal da minha família.mas um quente vazio de uma morna manha de verão.
Arrasto me a comer e subo para despertar a minha mãe.
Mas não obtenho resposta.abro a porta e encontro-a a olhar para o espelho incessantemente.

"Mae,esta tudo bem?"-
tocolhe no braço,mas esta gelada.
entro em pânico.
O telefone esta ali ao meu lado,a tentação de carregar nos botões é enorme,mas a linha esta morta.
Corro para a rua ,a porta nao abre.
Os pássaros não voam la fora, estão todos a pairar ligeiramente acima do solo,ou então os meus olhos traiem-me.
"Mae,mãe,mãe"
As escadas parecem que nunca mais acabam.
Deitada no chão,acabo por encontra-la.
"Mas que merda..."
O mundo não me quer.o mundo quer-me ver morrer.
Serei algo mais que um boneco nas maos de Deus. uma brincadeira doentia.
Porque não consigo ser ouvido,porque nao consigo ser visto?
Sera que existo? Serei algo mais que uma ideia?Serei um sonho,ou um pesadelo?
"Ola Pedro!"
Tremi.
"quem esta ai?"
"ah ah acalma te Rapaz,não tenho nada contra ti!"
Havia algo de familiar nele,algo naquela voz alegre, algo me fazia tremer.
" Que se esta a passar comigo,foste tu que fizeste tudo assim?"

"Eu? Nao.eu não tenho o poder para tornar transformar o tempo num agente de morte."
"Mas meu rapaz,tu és o nada. Tu és o vazio.Nem tu sabias o que irias ser.Mas tudo acabou."
"Querias parar o mundo, querias parar de sentir.Assim o tens,pequenito.Todo o futuro do teu mundo esta nas tuas mãos"

"O meu mundo esta nas minhas mãos?queres dizer o que com isso?"

" Nao percebes o poder que tens?tu és Deus,tu és rei e senhor da tua mente"
"Tu controlas o que os outros dizem,tu decides quem morre quem vive"
"Tu és a morte,tu és a vida,tu és a próxima evolução do homem"
"tu vais destruir,para voltar a construir"

Fui eu.Fui eu.
Sonhei todos estes anos com um novo começo,com a hipótese de mudar quem sou,de poder sonhar com o mundo de fora.
Agora tenho o poder de ser Imperador dos meus sonhos.
Substitui Deus.

Ola.
Eu sou o Pedro

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito, podias ter passado pelo word, mas se queres dar uma de Saramago....Gostei a sério, o facto de ele ser culpado da sua má sorte!Abraço fico a espera do next chapter...se é que vai existir lol

Bazil disse...

Gostei do texto, não sou normalmente fã deste tipo de textos, mas parece que consegue manter o pessoal colado a cada palavra, sem saber o que se passa. Um bom mistério, de culpa própria. Nice!

Balbino disse...

É por aí que se começa! Força! =) Muito bom!

*wudwuzq