sexta-feira, 27 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

why you fucker why

fez esta semana um ano que Chris benoit matou a mulher e um filho,tendo-se suicidado de seguida

segunda-feira, 16 de junho de 2008

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Verde

tao linda esta ela.
de verde pintada
a fingir que canta.

sentado a vejo saltar,
pling pling,
jovem sonho.

ai o sol nao bate,
o escuro nao vem.
nao ha luz mas ainda a vejo.

slomp,
dança a rodopiar.
nao me mexo nao quero mexer.

tao linda esta ela,
de verde pintada
a fingir que existe

terça-feira, 10 de junho de 2008

Cafe frio

continua frio.
Parece que a noite fala comigo e me diz para voltar para dentro.
Mas nao vale a pena,apenas a televisao me espera e nao ha nada de jeito na tv.

Pelo menos o acido sabor do cafe fazme pensar que tenho ainda muito que andar.As pessoas estao na rua e nao tem medo,como o conseguem espanta-me.
Os passos ja nao sei ao certo quantos dei,so sei que estou tao perdido como a noçao do que tenho pela frente.

Ela tinha um boneca.
Ela tinha quem a queria
Ela nao tinha de sofrer
Ela nao merecia que a abandonassem assim.

Finalmente cheguei.As luzes ja nao sao intermitentes,mas ainda sinto o cheiro a cobarde.
O cafe acabou e o trabalho começou

terça-feira, 3 de junho de 2008

A Casa do Guia

Sentei-me num banco na porta daquela casa
daquela casa perdida à beira-mar.
Nas janelas sete buracos correspondiam
a sete geraçoes de viajantes que ali paravam.
A sombra do telhado tapava-me os olhos,
um sono descia sobre o meu mundo,
e aí aparecia o guia!
Um homem vivido, um pescador,
que regresava a casa, sempre que as ondas apertavam
no mar, ou na terra.
Os seus pes caminhavam sobre o cascalho,
acordando levemente os estranho que dormiam um sono viajante.
Perdi o destino, o sentido, a direcçao que tomava
e encontrei aqui a paz que esperava.
Nos olhos daquele homem
estableci contacto com uma natureza perdida,
com o verde do mar e o azul das folhas das arvores.
Despertei para um mundo novo,
onde a casa era uma porta de entrada.
Levantando as asas, ajoelhei-me, beijei-lhe a mão
agradeci-lhe e fugi com a curiosidade de uma criança
em busca do sitio onde serei feliz

Mario de Sá Carneiro-Caranguejola

Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!

Lã vermelha, leito fofo. Tudo bem calafetado...
Nenhum livro, nenhum livro à cabeceira...
Façam apenas com que eu tenha sempre a meu lado
Bolos de ovos e uma garrafa de Madeira.

Não, não estou para mais; não quero mesmo brinquedos.
P'ra quê? Até se mos dessem não saberia brincar...
Que querem fazer de mim com estes enleios e medos?
Não fui feito p'ra festas. Larguem-me! Deixem-me sossegar!...

Noite sempre p'lo meu quarto. As cortinas corridas,
E eu aninhado a dormir, bem quentinho - que amor!...
Sim: ficar sempre na cama, nunca mexer, criar bolor -
P'lo menos era o sossego completo... História! Era a melhor das vidas...

Se me doem os pés e não sei andar direito,
P'ra que hei-de teimar em ir para as salas, de Lord?
Vamos, que a minha vida por uma vez se acorde.
Com o meu corpo, e se resigne a não ter jeito...

De que me vale sair, se me constipo logo?
E quem posso eu esperar, com a minha delicadeza?
Deixa-te de ilusões, Mário! Bom édredon, bom fogo -
E não penses no resto. É já bastante, com franqueza...

Desistamos. A nenhuma parte a minha ânsia me levará
P'ra que hei-de então andar aos tombos, numa inútil correria?
Tenham dó de mim. C'o a breca! levem-me p'rá enfermaria -
Isto é: p'ra um quarto particular que o meu pai pagará.

Justo. Um quarto de hospital - higiénico, todo branco, moderno e tranquilo;
Em Paris, é preferível, por causa da legenda...
De aqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda;
E depois estar maluquinho em Paris, fica bem, tem certo estilo...

Quanto a ti, meu amor, podes vir às quintas-feiras,
Se quiseres ser gentil, perguntar como eu estou.
Agora no meu quarto é que tu não entras, mesmo com as melhores maneiras.
Nada a fazer, minha rica. O menino dorme. Tudo o mais acabou.