segunda-feira, 19 de maio de 2008

Não voas mais

Ontem chovia intensamente.
O céu devia chorar a morte de um anjo pois não havia razão para tanta lágrima.
O telefone não parava de tocar,alguém deveria querer dirigir a palavra a este monstro,mas não tenho tempo para eles.
A minha mão treme ainda,a imagem ainda fresca.
quem seria o animal capaz de fazer uma coisa destas a um anjo daqueles.
Escapa-me um pouco de vomito,cada vez que vejo aquelas costas.
A imagem do osso a sair, tudo la dentro vazio.apenas o vermelho do sangue e da pouca carne.
Hoje vai ser uma madrugada longa.



Esta frio,esta vento,esta escuro.só falta chover para isto ser efectivamente um sitio de merda.
Porque ainda não fugi daqui, não sei.
a minha alma a cada dia aqui passado foge de mim.
Dou o primeiro passo na rua,sempre a espera que seja o ultimo , mas cada coisa a seu tempo.
a noite vai ser longa,e um café na mão sempre da uma postura diferente.
Graças a deus existem cafés abertos as 2 da manha.


Lembro-me bem dos passos que tenho de seguir,ate de olhos fechados os vejo.
mas ter os olhos fechados não é opção.
Os monstros são mais perigosos se os deixas entrar.
Menina,jovem,não ficaras muito tempo sem ver a cor azul da terra.
nao será o cinzento deste inferno com certeza.

1 comentário:

Bazil disse...

Um bom inicio de uma historia, algo brutal na primeira parte, mas muito interessante.

Esta será sobre o quê...